O Grupo de Trabalho (GT) “Inclusão Indígena na Unicamp” entregou na tarde do último dia 29/10, ao Reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, o Relatório Final com seus estudos, considerações e ações junto à comunidade no decorrer dos últimos seis meses, desde a assinatura da portaria que deliberou sua criação. Presidido pela Pró-Reitora de Graduação (PRG), Eliana Amaral e composto por outros 14 membros entre docentes, pesquisadores estudantes de Graduação e Pós-Graduação da Unicamp, o GT destinou-se a propor e debater estratégias de acolhimento, permanência e acompanhamento dos estudantes indígenas que irão ingressar por meio do primeiro Vestibular Indígena da Universidade. O relatório foi classificado pelo Reitor como um trabalho de alta relevância para o momento atual da Universidade. “Nesse momento, estamos oficializando que foi discutido nesses meses de trabalho”, destacou a presidente do GT.
A preparação da comunidade universitária para acolher esses alunos e receber de volta suas experiências culturais foi uma prioridade nas discussões. Essa troca de saberes foi iniciada com os “Seminários de Inclusão Indígena” que aconteceram nos meses de setembro, outubro e novembro, com nova edição prevista para dezembro. Além destes, as atividades devem continuar em 2019 com ações integradas culturais e artísticas compartilhadas com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura.
Para recebê-los, uma rede de apoio será formada, estimulando-se a participação de estudantes, docentes e funcionários das unidades de ensino e pesquisa onde esses estudantes serão recebidos nos cursos de Graduação. Também constam do documento que os candidatos aprovados receberão as boas vindas e algumas orientações antes mesmo de chegarem para a matrícula. Dentre as atividades de recepção dos novos ingressantes indígenas está uma programação específica de acolhimento entre os dias 20 e 22 de fevereiro que deve, posteriormente, ser atrelada às demais atividades que terão início no dia 25 de fevereiro para os demais candidatos ingressantes.
Entre as propostas de apoio à permanência contidas no relatório, incluem-se aspectos de apoio acadêmico, outros relacionados ao ambiente educacional e demandas de apoio socioeconômico. Para o apoio acadêmico, está sendo discutida a implementação de atividades de suporte para língua portuguesa àqueles que necessitarem, envolvendo estudantes veteranos e pós-graduandos do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), além de apoio do Centro de Estudos de Línguas (CEL).
Bolsas de Auxílio Social (BAS) em projetos interdisciplinares que proporcionem a interação dos estudantes indígenas com os demais estudantes da Universidade, promovendo a troca de saberes estão entre os benefícios, assim como Bolsas Alimentação e Transporte, Auxílio Moradia ou vaga na Moradia Estudantil, disponíveis para os demais estudantes após avaliação pela equipe de assistentes sociais do Serviço de Apoio aos Estudantes (SAE).
Primeiro Vestibular Indígena
Foram registradas 610 inscrições para o primeiro Vestibular Indígena da Unicamp. A prova será aplicada no dia 2 de dezembro nas cidades de Campinas (SP), Dourados (MS), Recife (PE), Manaus e São Gabriel da Cachoeira (AM). O exame será composto por uma fase única com 48 questões de múltipla escolha que irão explorar os conhecimentos gerais dos candidatos, além da prova de redação que deverá ser escolhida entre duas propostas indicadas pela Comvest.